O episódio levantou também discussões mais amplas sobre pobreza estrutural, inflação e o papel do Estado na garantia de direitos básicos.
A dona de casa Janaina Maya – beneficiária do Bolsa Família, viralizou nas redes sociais ao questionar o valor recebido pelo programa, afirmando que os R$ 700 pagos atualmente “não dão para fazer nada”. O vídeo, curto e direto, circulou rapidamente e reacendeu discussões públicas sobre a suficiência do ree mensal diante do custo de vida no Brasil.
“Há pessoas que não tem marido e um filho só e recebe R$ 750. E faz o quê? A mulher não trabalha, tem filho para criar e recebe uma vez só no mês. Como que ela se vira?“, diz trecho da gravação, argumentando que o valor deveria ser pago duas vezes por mês para dar conta das despesas básicas de alimentação, contas e filhos.
A declaração provocou uma onda de reações nas redes sociais — entre críticas, solidariedade e reflexões sobre o alcance real do programa.
O vídeo dividiu opiniões. Enquanto alguns usuários alegaram que o benefício é um apoio importante e que não substitui o rendimento de um trabalho formal, outros concordaram com a crítica, apontando o aumento constante do preço dos alimentos, gás de cozinha e transporte, que reduz o poder de compra da população mais vulnerável.
O valor citado no vídeo, de R$ 700, corresponde à média recebida por famílias com mais de um filho. O programa prevê atualmente um ree fixo de R$ 600 por família, com acréscimos de R$ 150 por criança de até seis anos e R$ 50 por dependente de 7 a 18 anos, gestantes ou lactantes. Dessa forma, famílias maiores chegam a receber valores superiores ao piso básico.
Criado para oferecer transferência de renda condicionada à educação e saúde, o Bolsa Família é pago mensalmente e não há previsão, no desenho atual do programa, de pagamento maior e em parcelas quinzenais — como sugerido pela mulher no vídeo. O ree segue um calendário unificado, com base no último dígito do Número de Identificação Social (NIS), sempre entre os dias 17 e 30 de cada mês.
O episódio levantou também discussões mais amplas sobre pobreza estrutural, inflação e o papel do Estado na garantia de direitos básicos. Apesar de o Bolsa Família ser considerado referência internacional no combate à pobreza extrema, especialistas alertam que o valor precisa ser reajustado periodicamente para acompanhar os custos reais da sobrevivência em regiões urbanas e rurais.
Em 2025, o programa beneficia mais de 21 milhões de famílias em todo o país. No entanto, as desigualdades regionais e o aumento no preço dos alimentos continuam sendo desafios significativos para a eficácia plena da política de transferência de renda.
(Informações N10)